POESIA IMATURA
POESIA IMATURA
Estava escrito à tinta, obra incompleta,
Cada verso que fiz quando mais moço.
E — embora o estilo duro; o traço grosso… —
Contavam de minh’alma estranha e inquieta:
Antes d’eu ser-te amante (ou mesmo poeta),
Fora quem t’escrevera um livro insosso,
Enquanto o coração em alvoroço
Versando tão errado a hora correta.
Tonto, eu te amei desde que te vi,
Mas tão inabilmente t’escrevi,
Que só foste entender anos mais tarde…!
E então, não diferindo nãos de sins,
Soubeste me perdoar os versos ruins
Para eu n’eles te amar sem mais alarde.
Betim - 19 03 2022