Glosando o mote "Do oásis que entre tuas coxas brota".

A vida amortecida continua,

E o vigor de viver me dá conselho...

E quão fraco, mas forte, cá na rua,

Me sinto a cismar teu corpo no espelho!

Vejo-me inerte, e no lençol vermelho

O movimento de amar se acentua...

Ah! Quantas vezes, eu, como um fedelho,

Invento melodias para a lua!

Tuas tranças aos poucos são desfeitas,

A naturalidade então conota

A imagem de Monet, e assim enfeitas

Todo o quarto. Soa a primeira nota

Do meu nome. E vou, colho íris perfeitas

"Do oásis que entre tuas coxas brota."*

* Decassílabo do poeta Vivaldo Simão

Rogério Freitas
Enviado por Rogério Freitas em 19/03/2022
Código do texto: T7476087
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