Glosando o mote "Do oásis que entre tuas coxas brota".
A vida amortecida continua,
E o vigor de viver me dá conselho...
E quão fraco, mas forte, cá na rua,
Me sinto a cismar teu corpo no espelho!
Vejo-me inerte, e no lençol vermelho
O movimento de amar se acentua...
Ah! Quantas vezes, eu, como um fedelho,
Invento melodias para a lua!
Tuas tranças aos poucos são desfeitas,
A naturalidade então conota
A imagem de Monet, e assim enfeitas
Todo o quarto. Soa a primeira nota
Do meu nome. E vou, colho íris perfeitas
"Do oásis que entre tuas coxas brota."*
* Decassílabo do poeta Vivaldo Simão