Soneto do Olhar Eterno
Foi tudo muito rápido. Um olhar...
Daqueles que se basta pra prender,
mas não tem competência pra soltar,
fingindo um bem-me-quer, ser ou não ser.
Matando, fez um morto reviver;
virou tudo que estava no lugar;
quem não chorava fez não se conter;
seu norte fez perder, sem apontar.
Apenas um olhar, não mais que isso,
reconstruiu castelos, refez pontes,
embora ainda sem laço o compromisso.
Firmado o Amor, nem pontes nem castelos:
agora, já são muito mais que montes,
que o Tempo uniu, pra sempre, com seus elos.