Soneto do Olhar Eterno

Foi tudo muito rápido. Um olhar...

Daqueles que se basta pra prender,

mas não tem competência pra soltar,

fingindo um bem-me-quer, ser ou não ser.

Matando, fez um morto reviver;

virou tudo que estava no lugar;

quem não chorava fez não se conter;

seu norte fez perder, sem apontar.

Apenas um olhar, não mais que isso,

reconstruiu castelos, refez pontes,

embora ainda sem laço o compromisso.

Firmado o Amor, nem pontes nem castelos:

agora, já são muito mais que montes,

que o Tempo uniu, pra sempre, com seus elos.

Marcio Galvão
Enviado por Marcio Galvão em 17/03/2022
Código do texto: T7474923
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