PIGMALIONISMO
Quando a vi, perdi o controle da visão,
Não mais consegui dela retirar o olhar.
Ali, parada e nua, a me provocar,
Diante das pessoas naquele salão.
Não vi nenhum pudor por tal exibição,
Apenas o prazer de a todas humilhar,
Com tanta beleza que tinha pra mostrar,
Vaidosa por atrair tanta atenção.
Quando mais luzes se acenderam, pude ver
Com toda clareza as formas daquele ser,
Que momentos antes me havia seduzido.
Foi como se despertasse de um sonho erótico,
Que tudo tinha de estranho e de exótico:
Eu me senti pela escultura apaixonado.