Lembrete
Às vezes penso, penso e cismo tanto
e nesta cisma sinto-me no avesso
ao ver, da primavera todo encanto
esvanecer no outono em que padeço.
Meus versos, meus amores, todo apreço
por vezes sufoquei, em desencanto.
E agora vejo, não teria preço
mil vidas mais, sem medos e sem pranto!
Os beijos que guardei em meu esmero,
poemas que escrevi e não te disse
e todo afeto cálido e sincero
vibram em mim e lembram que, bem cedo,
passa, da vida, o ardor da meninice,
então importa amar e sem segredo!