De arrepiar

Um sonho estranho, quase um pesadelo,

aquele aviso assaz inusitado!

Quando acordei à noite amedrontado,

ouvindo gritos de eriçar o pelo.

 

Saí do quarto sem prudência ou zelo,

na escuridão andando descuidado.

Como se ouvisse inédito chamado,

segui sem medo, atento àquele apelo.

 

Fui caminhando em busca do mistério

até chegar ao velho cemitério,

onde uma voz me disse em agonia:

 

- Escuta o pranto que minh'alma chora!

Eu fui na vida o que tu és agora!

Eu sou agora o que serás um dia!*

 

*Inscrição no Cemitério das Almas do Peixe, Conceição do Mato Dentro, MG

Fernando Antônio Belino
Enviado por Fernando Antônio Belino em 14/03/2022
Reeditado em 18/03/2022
Código do texto: T7472756
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