MÁSCARA

 

Eu, palhaça desta maldita senha_ a lida

Visto meu figurino, este feroz signo...

Que fere, nefasto, torpe e maligno

Transfiguro a pele, o sangue, a vida...

 

Caminho entre senhas de serpentinas

Cambaleio, a feiura é abismal e densa

Não estas luzes brilhantes, que se condensa

Sobre o meu corpo inerte, à flor das retinas .

 

Nunca fui figura de moçoila Colombina

Que se inebria, ante o gole da cevada

Quem me dera ser assim, alma menina!

 

Brinco o carnaval, pinto a cara, finjo alegria!

De outra forma, mostrar-me-ia mal amada

Na cara limpa a dor, sob a máscara, a poesia.

 

Anna Corvo

Heterônimo

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Elisa Salles
Enviado por Elisa Salles em 14/03/2022
Código do texto: T7472700
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