MÁSCARA
Eu, palhaça desta maldita senha_ a lida
Visto meu figurino, este feroz signo...
Que fere, nefasto, torpe e maligno
Transfiguro a pele, o sangue, a vida...
Caminho entre senhas de serpentinas
Cambaleio, a feiura é abismal e densa
Não estas luzes brilhantes, que se condensa
Sobre o meu corpo inerte, à flor das retinas .
Nunca fui figura de moçoila Colombina
Que se inebria, ante o gole da cevada
Quem me dera ser assim, alma menina!
Brinco o carnaval, pinto a cara, finjo alegria!
De outra forma, mostrar-me-ia mal amada
Na cara limpa a dor, sob a máscara, a poesia.
Anna Corvo
Heterônimo
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