A Última Rosa

 

Quando a última rosa desabrochou,

dela eu já não podia mais cuidar,

curti meu desalento com imensa dor,

com chicotadas mentais a me desesperar.   

 

Seguro não me sinto a navegar,

nos riscos que o tempo me impôs;

melancólico te aprecio; choro depois,

na volta te beijo, em formoso altar.

 

Por que não desabrochaste antes?

Quando o leão rugia feroz em mim,

Em busca da comestível flor amada.

 

Te guardarei nos olhos, dócil namorada,

Te louvarei em poemas exultantes,

Até que um dia decretem o meu fim.

Luís Bacelar Vidal
Enviado por Luís Bacelar Vidal em 13/03/2022
Código do texto: T7471830
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