POEMA DO AMOR SACIADO
No horizonte do teu sorriso, minha vista pousa.
Um abraço entre o meu solo e o teu céu.
Esfíngico, lírico, no mar de papel,
nosso risco corrido quando a gente ousa
A duas mãos, de quatro, giz de nossa lousa...
A lição dos corpos esculpidos ao léo.
Esculturas de areia untadas pelo mel
Mistério sincero em que a colmeia repousa.
O enigma da escuridão, estrelas não vistas.
Nas nossas peles, a maciez da maçã,
na ponta da língua, as palavras benditas!
Os rios afluem, dos íntimos jorram mares.
A poesia recitada, na saciedade do ventre,
com que repousas, feliz, à sombra dos pomares.