POEMA DO AMOR SACIADO

 

 

No horizonte do teu sorriso, minha vista pousa.

Um abraço entre o meu solo e o teu céu.

Esfíngico, lírico, no mar de papel,

nosso risco corrido quando a gente ousa

 

A duas mãos, de quatro, giz de nossa lousa...

A lição dos corpos esculpidos ao léo.

Esculturas de areia untadas pelo mel

Mistério sincero em que a colmeia repousa.

 

O enigma da escuridão, estrelas não vistas.

Nas nossas peles, a maciez da maçã,

na ponta da língua, as palavras benditas!

 

Os rios afluem, dos íntimos jorram mares.

A poesia recitada, na saciedade do ventre,

com que repousas, feliz, à sombra dos pomares.

 

 

Elisa Salles e Fernando Martins Lara
Enviado por Elisa Salles em 12/03/2022
Código do texto: T7471076
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