Juventude
A noite não é silenciosa
Graça Vilhena
Motores barulhentos fazem festa
Na madrugada. O céu, a lua cheia
Não veem sequer nada que se presta
Ah! Neste perturbar de vida alheia.
Então promíscuo amor se manifesta
Por rua tão vazia e tão cheia:
Tão cheia só do mal que lá infesta,
Tão vazia do amor que nos clareia!
Bate o tambor... Remorsos só virão...
A noite de balada, na manhã...
Vermelhos olhos tristes se abrirão;
Feição de festa, agora tão malsã!...
E que pena ver tanta destruição
Em quem irá fazer o amanhã!