Pesadelos

À noite, sorrateiro, o vento frio

ensaia, em notas tristes, no arvoredo,

um cântico sutil de dor e medo,

que aumenta a angústia em meu viver vazio.

A melodia, tétrico arremedo,

de horrendas aves, gélido arrepio,

que faz o pensamento, em rodopio,

lançar-me ao mais profundo e vil degredo.

Apenas por um fio preso à vida,

meu corpo lasso, a mente entorpecida,

em meio aos pesadelos tão medonhos!

E, a noite inteira, escuto a voz do vento,

que faz mais fundo e amargo o meu tormento,

aniquilando todos os meus sonhos!

Fernando Antônio Belino
Enviado por Fernando Antônio Belino em 11/03/2022
Código do texto: T7470600
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