AMOR QUE AÇOITA

 

Amar-te desta forma, no corpo e alma,

com um desejo que é paz e desavença,

no mesmo vento que acaricia, acalma,

faz roer a cerne esta tão grande querença.

 

É querer além do bem querer,

cantar-lhe versos que lhe sanem a dor

Não deixar-lhe nunca a vida doer...

Inocente pretensão do amor!

 

E ainda que arda tamanho apego,

que eu morra de saudade toda a noite,

crio-te poemas que ao teu nome relego.

 

Posto que o prezo do tamanho do mundo.

E peno, amando-te sozinha, és açoite,

que sangra o verso, o meu ser mais fecundo.

 

Elisa Salles
Enviado por Elisa Salles em 10/03/2022
Código do texto: T7469677
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