Paraíso
Presumo que vivo adiante do perceptível,
Bem como se minha alma saísse de férias.
Difundindo pelas espessuras etéreas,
Esperando por ordens e ações tangíveis.
Sob o temporal que corre aquela rua,
E os clarões árduos emitindo nos céus,
A inédita epístola na qual somos réus,
Contemplo a natureza reluzente e nua.
O novo âmbito assalta essa razão vazia,
Coagindo-a elaborar seu heróico futuro,
Onde presa e caçador viviam no seguro.
Abrangendo a trégua, tal qual a profecia,
Regresso ao corpo, julgando-o prematuro,
E o paraíso pretendido, ainda assim procuro.