Paraíso

Presumo que vivo adiante do perceptível,

Bem como se minha alma saísse de férias.

Difundindo pelas espessuras etéreas,

Esperando por ordens e ações tangíveis.

Sob o temporal que corre aquela rua,

E os clarões árduos emitindo nos céus,

A inédita epístola na qual somos réus,

Contemplo a natureza reluzente e nua.

O novo âmbito assalta essa razão vazia,

Coagindo-a elaborar seu heróico futuro,

Onde presa e caçador viviam no seguro.

Abrangendo a trégua, tal qual a profecia,

Regresso ao corpo, julgando-o prematuro,

E o paraíso pretendido, ainda assim procuro.

Samira Vilaça Araújo
Enviado por Samira Vilaça Araújo em 07/03/2022
Código do texto: T7467657
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