TRILHA DE SONETOS LVIII - PLÁCIDO AMARAL
*AO SONETISTA PLÁCIDO AMARAL*
Sentindo, ainda, o golpe da partida
Eu beijo a sua face na lembrança,
Lançando a dor de sua despedida
No versos que eternizam a aliança.
O fio desta lágrima vertida
Não cessa por enquanto, não descansa...
E neste pensamento, a própria vida
Parece a irmã fiel da morte mansa.
Agora, marco a elástica homenagem,
Sorrindo para a sua linda imagem
Que vive no ideal, mas, tão real...
E após a sua Inédita Viagem,
Aqui, dedico a lírica linguagem
Ao sonetista PLÁCIDO AMARAL!
Ricardo Camacho
*AO POETA APAIXONADO*
Partiu de nós o amigo inesquecível,
o bom poeta Plácido Amaral.
Subiu degraus, galgou um alto nível
num voo lindo, etéreo e magistral.
Mas entre nós deixou um roseiral
de rubras flores, belo e apetecível.
Nem mesmo a morte em rito tão cabal
à sua intrepidez deitou desnível.
Viveu apaixonado o exímio vate,
seus versos tinham brilho de escarlate
e a sua inspiração cantou o amor.
Agora cantará no azul do céu,
pois já rompeu o negro e denso véu
e descansou nos braços do Senhor!
Geisa Alves
*TRIBUTO AO GRANDE VATE*
Sentir a falta sua, meu confrade,
será, à nossa Arcádia, inevitável.
Você, que sempre foi amigo afável,
palmilha agora as ruas da saudade!
Poeta de doçura inigualável,
e um coração repleto de bondade…
Feliz de quem ganhou sua amizade
e pôde perceber como era amável!
Disseminou poesias e carisma,
seu riso era sincero, sem sofisma,
e incorporava um bardo sem igual…
Que seja agora um anjo, nas alturas,
abençoando as nossas escrituras,
meu caro amigo Plácido Amaral!
Edy Soares
*A CASA EM LUTO*
A casa entristecida, vive o luto;
Partiu de nossas vidas, de repente,
O irmão, que o amor versava, docemente.
O filho ilustre, um gênio, em absoluto.
Partiu! Mas nos deixou o tenro fruto
Da poesia, em graça e chama ardente,
Trazendo o replantio da semente,
E o vate renascido, em canto arguto.
Segue poeta, vai versar no céu,
Sonetos, versos livres, trovas, prosas...
E leva na bagagem um troféu,
Por nos legar o espólio magistral;
Também as orações e algumas rosas,
Querido Vate, Plácido Amaral!
Aila Brito
*A PLACIDEZ DO MENESTREL*
Partiu de volta à casa do Senhor,
ouvindo a voz do Pai celestial.
Por certo, com esmero e com primor,
verseja, junto aos anjos, no coral.
Predestinado à paz do Salvador,
foi pacificador de voz plural.
Traduz, na assinatura, o dom do amor,
por tanto amar, nomeia-se Amaral.
O nosso menestrel — talento nato —
partiu rasgando o véu do anonimato,
com seus sutis poemas nos ensina…
A placidez manteve aqui conosco,
com versos, corrigiu o mundo tosco.
Trazer no nome Plácido era sina!
Elvira Drummond
*O SOPRO*
A vida, feito vela, o vento apaga,
Deixando, a quem ficou vivaz lembrança,
Daquele que partiu, em meio à dança,
Buscando, entre as estrelas, nova saga.
No cosmos, infinito, o verso afaga
Estrofes permeadas de bonança,
Pois tudo que tem rima o Bardo alcança,
Seu estro, forte luz, o céu propaga.
Dileto irmão do Fórum do Soneto!
Um baluarte alegre do coreto,
Deixaste mais tristonho o carnaval...
É duro constatar, em elegia,
Na Trilha derradeira que faria
O nobre Vate: Plácido Amaral.
José Rodrigues Filho
*A ESTAÇÃO CELESTIAL*
(Tributo ao poeta Plácido do Amaral Jr)
Pelas veredas mágicas da vida,
trilhamos lado a lado a mesma via,
fazendo da amizade a fantasia
da verve que não foi adormecida.
Contemplo na saudade a estrela-guia
e a pena que ficou entristecida,
nascente de uma lágrima caída
da pálpebra infeliz da poesia.
O trem do tempo segue sem receios,
aposentando aos poucos os seus freios
em busca da estação celestial
e as cordas saudosistas dos meus banjos
suplicam para todos os seus anjos:
Recebam nosso Plácido Amaral!
Adilson Costa
*A MORTE DE UM POETA*
_Para Plácido Amaral_
Quando um poeta morre os versos choram,
As rosas desse amor, despedaçadas,
Recitam o poema, entrelaçadas
Nas dores que no pranto nos devoram.
As flores em cesuras se descoram,
Palavras, de repente, estilhaçadas,
As rimas se consolam abraçadas,
Sonetos em silêncio cantam e oram.
Em pleno meio-dia anoiteceu
(Poetas sempre estão em tenra idade)
E a voz declamadora emudeceu.
Mergulha a poesia na saudade,
A inspiração que agora adormeceu
Despertará no céu da eternidade!
Luciano Dídimo
*PLÁCIDO*
Os dias de um poeta são miragens
Que o vate desenhou em seu escrito
Voando do papel ao infinito;
Lugar, no qual – feliz – produz aragens,
Plantando em corações beleza e imagens
Que vencem a frieza do granito,
Que, nunca poderão conter o grito
Do artista que carrega sãs mensagens.
De tudo fez com zelo e placidez,
Por isso fez justiça ao nome seu,
Fazendo a poesia um apogeu.
De fala carinhosa e sem rudez
Voou o trovador gentil, cortês;
Tornando-se imortal no que escreveu.
Eufrasio Filho
*ETERNA VOZ*
Na senda esplendorosa em que prossigo,
meu coração, repleto de saudade,
degusta a singular docilidade
das tuas criações, dileto amigo.
Tornaste cada verso excelso abrigo
da inspiração e tanta imensidade
enleva os olhos, pulsa, agora invade
as emoções que em tua ausência instigo.
Da popular à clássica vertente,
deixaste escrito, enorme e reluzente,
o nome no cenário cultural.
A prematura perda me consterna,
mas tua voz aqui ressoa, eterna,
iluminado Plácido Amaral!
Jerson Brito
*POETA IMORTAL*
O amigo aedo Plácido Amaral
expôs o adeus, agora prefulgura
no céu, em cada estrela, lá na altura,
pois sempre foi um vate genial!
Vencia o dia armando um vendaval
de encanto, numa intensa semeadura....
Tecia vários versos de ternura,
de imensa paz, um bardo magistral!
A sólida saudade esmurra agora
os corações amigos, quanta dor!
Um vasto pranto escorre sem demora.
Eu sei que ainda vive aqui, enfim,
reluz eternamente com louvor...
Na poesia não existe o fim!
Janete Sales Dany