Cinzas
Chegou ao fim esse prazer fugaz
E paira atordoado o pensamento,
Há um resquício de arrependimento
Que à luz da razão a consciência traz.
Em todo o ser resplandece um lamento...
Marcas eternas de um amor falaz...
O tempo nunca volta... Ah! Se atrás
Se pudesse voltar por um momento...
E tudo já não é mais fantasia,
A realidade agora contagia
O rosto belo com feições ranzinzas...
Cessou a marcha. Em vão soluça o peito,
O fogo fátuo consumiu o leito...
Ontem carne, hoje pó, agora cinzas.