A taça de vinho esperando quem a tome

Esperar é aflição maior que a recusa

Dano porvir a imaginação antecipa

A Esperança como vapor se dissipa

Coração acelera com mente confusa

Então vem essa má sorte como intrusa

O esperado fim enfim se emancipa

Toda a Fortuna se esvai não participa

Toda quimera tola sente-se contusa

Debato-me então em seguida silencio

Cedo àquilo que agora me consome

E finjo que já não existe essa fome

Castro-me, debelo a chama do meu cio

Guardo tudo preparado para teu nome

Taça de vinho esperando quem a tome