Soneto ao Sonho
Já faz um tempo, eu sinto uma alegria
ao respirar, no espaço costumeiro,
iminente o sono e a noite já tardia,
o pano atemporal do travesseiro.
Por menos tempo de que se disponha,
por mais que me consuma o dia a dia,
é imprescindível, após uma água fria,
deitar beijando a minha amiga fronha.
Mas se eu ganhasse por sonho sonhado,
nasceria um monarca prepotente;
acordaria nu e destronado.
Dormindo, eu me prescrevo um parecer,
como quem se percebe, de repente:
Depois que acordares, que pensas ser?