A guerra acabou e sobraram as batalhas

Difícil saber quando exatamente acaba a guerra

E de viver em batalhas é que se contrai este vício

Não sabia, como é que poderia? Lá desde o início

Cessar fogo não significa que o conflito encerra

Esse desengano que desde cedo meu peito aferra

Faz-me em constante alerta para exercer o ofício

Sou um soldado que não reconheceria o solstício

Pois estou vigilante nas sombras de alguma serra

Não há mais bombas mas as marcas da trincheira

Deixam-me descrido quanto a essa flâmula de paz

Quando estar em paz quer dizer estar em rendição

Extenuado, perdi o Forte que defende a fronteira

Todas as minhas armas também ficaram para trás

Uso como escudo a pele fina que reveste o coração