Horas cativas
Cavalga sobre o corpo em horas fugitivas
Momento desgarrado - êxtase de gozo
O algo centelha as formas agressivas
Descarrega-se quase em desdenho venoso.
Do profundo desejo, - são horas cativas
Abrasa-se a volúpia - um sêr raivoso
De fugaz fantasia, as correntes nocivas
E apenas como o par rebelado e viçoso.
E esse corpo mordaz,(chama que infinda)
Num ocaso noturno - o ocaso incerto... -
E a decente criatura de saltérios...
Presa, as horas cativas, (vaga e linda...)
Desprenda-se bailando o alarido concerto
E que a noite habita inefáveis mistérios!
Expressões . poesias
Julio Moreira