Saudades...

 

Sinto saudades de ti, mulher, anciã, mas mesmo assim eu reluto

Quero te visitar, mas não aguento mais vivenciar essa situação

Aquela árvore tão forte e frutífera, sem mais nenhuma ação...

Já chorei muito e não aguento mais viver tantos anos deste luto.

 

Sinto falta do teu cheiro e dos teus doces e sublimes abraços

Juntas apreciávamos a natureza e os significados das plantas

Em especial dos temperos e das ervas medicinais, que são tantas...

Entendo o processo do tempo e normalmente os eventuais cansaços.

 

Das idas e vindas, degenerações que afloram conforme as idades

Que jazem nos leitos e, inertes, já sem mais as adoráveis sensações

De que viveram com seus queridos e agora sem mais as emoções.

 

Por mais peculiares que sejam quaisquer movimentos, saudades...

De um olhar afetuoso e, no tato, um pouquinho de afago ao sentir

Falta-me o teu doce afeto, o carinho do ser que costumava me ouvir.

 

 

 

 

Texto e imagem: Miriam Carmignan