ADUBO PARA AS ROSAS (SONETO II)

 

A Docival de Souza Gomes

 

E é o que seremos, todos nós, um dia
Quando o sol sucumbir ao horizonte
E, dessedentados, virmos à fonte
Somente para sorver-lhe a poesia...

Quando a noite lugubremente fria
Pousar sua forte mão em nossa fronte
E ao outro lado nos transpor da ponte
Entraremos nas mansões da nostalgia

E seremos o olhar triste da estrela
Ou a fúnebre canção que alguém entoa
Lá nos longes sombrios das catedrais

Ou a luz fria que teima em voltar à vela
Quando já palma alguma não ressoa
E o aniversariante não existe mais!

 

Melgaço, Pará, Brasil, 20 de março de 2010.
Composto por Léo Frederico de Las Vegas.
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