ADUBO PARA AS ROSAS (SONETO I)

 

A Docival de Souza Gomes


Já não cabem mais os versos ao luar
Nem para a bem-amada as serenatas;
Sem seu cantor ficaram as cascatas
E as cachoeiras sem seu doce ciciar...

Ele se foi para nunca mais voltar
Levando suas canções intemeratas.
De Mozart e Beethoven as sonatas
Ouvir além e em doce paz sonhar.

Ele se foi deixando em mim sua vontade
De uivar versos loucos e uma saudade
Que abrandem as feridas dolorosas

Que a vida nos inflige. Todavia,
Ele, para nosso consolo e alegria,
Transformou-se em adubo para as rosas!

 

Breves, Pará, Brasil, 20 de março de 2010.
Composto por Léo Frederico de Las Vegas.
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