Intransigências

 

Nos convívios são normais as muitas intransigências

Como as folhas que caem, o sol que se põe e o tempo passa...

E lá fora, uma aquarela que se emoldura e nos amordaça

Com os corações que batem fortes nas suas arrogâncias.

 

Desdenham das folhas amareladas que jazem no chão

Que trôpegas e hesitantes aguardam o novo amanhecer

Nos solos umedecidos e orvalhados só desejam adormecer

Já foram úteis e valiosas, agora imergem na solidão.

 

Num frenesi de compulsões joviais as ofensas espontâneas

Agridem as pessoas que lhes respeitam e que são queridas

Desnecessárias as falas ditas e difíceis de serem esquecidas.

 

Intransigências temporais que destoam e são momentâneas

Como as andorinhas que acasalam e voam deixando seus ninhos

Sobrevoam e caçam no ar, entretanto elas voltam pelo mesmo caminho.

 

 

 

 

 

 

Texto e imagem: Miriam Carmignan