ANDARILHO
Ao esperar pelas ruas,
Que o vendaval me atinja,
E ermo como um andrajo,
Da felicidade que eu finja.
À noite venero a lua,
E dela sou sobrevivente,
A parca roupa que trajo,
Faz de mim inconsequente.
Ao pesadelo quando durmo,
Alertado pelo som noturno,
Sou um pássaro sem ninho.
E de asas úmidas e cortadas,
Ao esse meu mundo de nada,
Até ser a rosa sem espinho.
2.022