Sol entre Nimbos
Espero sim que em teu corpo me acolhas...
Nimbos no céu, o sol nem aparece.
Nós dois, a sós, unidos numa prece...
Pelas ruas, o vento varre as folhas...
Enquanto sacas dos vinhos as rolhas,
Acendo incensos e o aroma se tece...
Fina manhã, que o céu à terra desce...
Que me beijes e ao quarto me recolhas!
Leves carícias, nossas mãos unidas;
E o mundo que carregas, que tu leves
Também àqueles de almas malferidas.
Pois, meu bem, esse amor que tu me deves,
Sirva de espelhos a mais outras vidas,
Como o sol refletido sobre as neves.