PEREGRINO
Navego em barco a vela sem destino,
vão comigo as lembranças, nada mais,
enquanto sobre as águas, "peregrino",
vou perdendo de vista o velho cais.
Quando o sol esmorece vespertino,
vou ficando à mercê de outros sinais;
de estrelas e da lua em céu divino,
dividindo com eles os meus ais.
A imensidão do mar é bem menor
do que toda a saudade que me aperta...
a bandeira do amor está deserta.
Tua imagem circulando ao meu redor,
sobre as ondas do mar me desconserta,
mas me anima que tua alma ainda me flerta.
Grato, belíssima interação:
TRISTE SINA
As estrelas e a lua são madrinhas,
daquele que anda no mundo sem destino,
e perde todos os sonhos que, então, tinha
desde o tempo que ainda era menino.
Triste sina essa a que está ligada,
não tem como livrar-se é geminada
ao seu ser, bem possível perceber.
Muito tarde para o erro reparar,
dói demais, chora para se acalmar.
Não sei como isto pôde acontecer.
(HLuna)