A CARAVELA
A caravela do norte desliza em águas profundas
Levando consigo os marinheiros embriagados.
Na alma amores e mágoas que não se afunda
Em corações flutuantes, todos eles selados!
No pensamento apenas o vento circunda,
Enquanto nos olhos céu escuro, nublado,
A distância os aproximam da saudade oriunda
Da fria e fina chuva no convés encharcado!
Dali escorre uma água escura, imunda,
Lavando cada um deles, todos curvados,
frente aos vômitos vossiferados, nauseabunda,
Enquanto as velas os conduzem crivados
Na brancura embalada pela brisa em barafunda
Limpando a sujeira de todos aqueles coitados!