SONETO IMPACIENTE
Da casa agora tão vazia e imensa
Exalam feito dores as ausências.
Duramos algo além do que é sentença
Em dia extremo, além das condolências.
Há no silêncio a angústia mais intensa
Calando as esperanças e impaciências
Das quais nos despedimos por ofensa
E o entardecer a insinuar cadências.
Deixemos logo esse passeio aflito
Onde não temos voz nem pensamento,
Que além da velha porta jaz um grito.
Há qualquer sonho frio nas escadas
Das rotinas do breve, cão sarnento
Que nos sequestre esses imensos nadas.
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