JANELA

De aço a janela fria protege…

A estrela que cochila no azulado,

Que rebrilha e ressona do meu lado

E o meu sono breve, neve leve.

De vidro a janela cega me mostra…

A cantina com cantigas da rua;

A mocinha chegando à seminua

E a cerveja urgente e gente quente.

Nada é triste além do aço envidraçado,

(Pode a mocinha até chegar à nudez…

Ou a estrela sonambular pelo azul;

Pode a cantiga da rua não ser bela…

Ou a neve do meu sono derreter),

Nem a solidão é triste da janela!

Gessé Froes
Enviado por Gessé Froes em 18/02/2022
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