Turris eburnea

Pelos portais de minha torre de marfim

Homens, mulheres, velhos, moços vêm e vão;

Eunucos intelectuais em procissão,

Com o intuito de bajularem a mim.

Num tatibitate incôngruo e sem fim

Saúdam-me com beijos, apertam minha mão,

Elogiam-me isto e aquilo – e se vão,

Felizes por terem visto o “Gênio”, enfim.

“Ossos do ofício…!”, suspiro resignado,

Refém das quimeras que enchem-me a mente

E em meio a livros e lauréis aprisionado.

Quem me dera se por Deus, piedosamente,

Fosse meu gênio em seu acmé sufocado

E nada mais eu escrevesse novamente…!

Galaktion Eshmakishvili
Enviado por Galaktion Eshmakishvili em 17/02/2022
Reeditado em 17/02/2022
Código do texto: T7454337
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