Ciclotimia
Hoje estou amaríssimo, por nada!
Não tenho um só motivo, entretanto,
Até o triste foge do meu pranto,
E a dor zomba de mim, enciumada.
Alguém, que não sei quem, me pôs quebranto!
Secou a minha Arruda, o meu Guiné...
E levou junto toda a minha fé,
A força de vontade, o encanto...
Mas amanhã acordo outra pessoa.
Vou exaltar o quanto a vida é boa...
Trazer de volta o triste e a dor,
Pois só assim o pranto há de voltar.
É que o pranto é sábio como o mar,
E deságua na boca o mau humor.