OUÇA OS LÍRIOS...
Como me machucam os sussurros dos lírios,
Vendo os tolos confundi-los com o silêncio,
Sem que lhes espalmem gestos serenos,
Ou mesmo nos olhos os devidos delírios.
Ter essa consciência não é doloso martírio,
Ou mesmo confissão de culpa por extenso,
Além do que mais sinto, digo, e entendo,
Mas apenas a constatação e por colírio.
Ouça, então, o que lhe pareça sútil,
Que da tua alma há tempos sumiu,
Ou viva no marasmo da futilidade.
Faça de tua alma ouvinte gentil,
Contemple a beleza da chama intáctil,
Ou pereça na falsa razão da ingenuidade.