Pedro, meu neto

Até ontem, cria eu viver só de lembrança

De olhar pra trás, de lembrar de antigamente

Até ontem, me via não ser solo nem semente

Não ter por que sorrir, sonhar sem esperança

Mas hoje, eis que existe uma criança

Que acredito ser de Deus o meu presente

Tão sagaz, cativante e inteligente

Que parece ter de anjo a semelhança

Tão menino, tão pequeno e sabe um tanto

De tudo brinca, de massinha a jô-quem-pô

E se cansa, vem me em busca de acalanto

Bem desperto, fala como um camelô

Reinventa histórias e causa espanto

E sempre a perguntar: né vovô, né vovô?

HFigueira
Enviado por HFigueira em 11/02/2022
Reeditado em 22/04/2024
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