Figura solitária

Desvaira a noite congelada, (esta cheia)

Ao coração forasteiro, encarne e entalhas

Na sensação mundana, a infeliz se agasalhas

Todo o corpo febril - suspira e arqueia...

Como o brilho de prata em chama incendeia

Na emoção da ternura e que se espelha

E em perdão de clausura se amortalhas

E divisa no Ser - fera serpenteia... -

E o paraíso emana a dor,(delírio ardente...)

Essa entesa tortura itinerária...

Quando o reflexo exangue displicente.

Saciam-se em fremente... (e a flêrte ameno)

- Face serena da figura solitária... -

Que aquele Ser retrata o idílio do veneno!

Julio Moreira

Contrastes . poesias

Julio Moreira da Silva
Enviado por Julio Moreira da Silva em 11/02/2022
Código do texto: T7450078
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