Figura solitária
Desvaira a noite congelada, (esta cheia)
Ao coração forasteiro, encarne e entalhas
Na sensação mundana, a infeliz se agasalhas
Todo o corpo febril - suspira e arqueia...
Como o brilho de prata em chama incendeia
Na emoção da ternura e que se espelha
E em perdão de clausura se amortalhas
E divisa no Ser - fera serpenteia... -
E o paraíso emana a dor,(delírio ardente...)
Essa entesa tortura itinerária...
Quando o reflexo exangue displicente.
Saciam-se em fremente... (e a flêrte ameno)
- Face serena da figura solitária... -
Que aquele Ser retrata o idílio do veneno!
Julio Moreira
Contrastes . poesias