CONSERVADORES VS VANGUARDISTAS 03
03 - «Pode a poesia dar testemunho?»
Neste mundo hodierno, de cariz insensível
E de falsos valores, sem alma nem desunho
E que aceita um modus operandi permissível…
Toda a poesia pode – e deve! – dar testemunho!
Dar testemunho ó poeta, Sim! E é tão plausível
Que, à luz de nobres sentimentos de belo cunho,
Dará lugar à prossecução irreprimível
De um combate resiliente, justo e profundo.
As palavras, elas mesmas, são as tuas armas
E a tua Lira será aquele corcel-condor
Que nunca se inibe de atear as chamas
Ao teu ingénuo Sonho, puro e promissor.
As palavras, ó poeta – sendo aquilo que são –
São, outrossim, os genuínos grãos da poesia
Que, lançados à terra, farão crescer o pão
Para matar a fome da luz e da harmonia.
Não há palavras velhas nem palavras novas,
Tudo dependerá do teu Estro e inspiração!
Sem fingimento elas serão as melhores provas
Pra testemunhares bem alto a tua vocação!
Frassino Machado
In RODA-VIVA POESIA