A casa vazia
A casa do poema está vazia!
O mato escondeu-lhe a fachada!
Uma janela triste, desbotada...
se abre para a luz da luz do dia.
Por ela foi-se embora a poesia,
deixando letras mortas pelo chão,
sonetos que perderam emoção,
canções em dissonante melodia...
Um velho gato cego que vigia
a flor, que resitiu inda botão,
insinua chorar, enquanto mia
pra espantar, de si, a solidão.
Na casa do poema, eu não sabia,
somente a poesia foi-se em vão.