Vida e Morte
Pela luz da manhã, de saia clara,
Sai Clara rindo, entre grama e cipreste
E logo o coro de pardais lhe veste,
Com carinho a bonança lhe prepara.
Muito feliz dali que saia Clara!
Na luminosidade... azul celeste!...
Sente-se como a dama dum agreste
Cujo amor à natureza se declara...
Mas outra dama de vestido escuro,
Devagar se aproxima e diz a ela:
- Chegou tua hora, não te há mais futuro!
Então envolve com seu manto a bela;
Deita-a sem cuidado no solo duro,
Ergue a cruz, lhe põe flor e acende a vela.