CORRENTEZA

 

Mote de vida, que é torpeza doce,

Por impingido amor, inebriante,

Consumo em dor como se amargo fosse

Sofro em ventura imposição constante

 

Em outra instância uma leveza dura

De sobrenado à correnteza turva

Cânion de amor que impõe tenaz agrura

Incerto o que virá pós qualquer curva

 

Mas tal imposição sou eu que abraço

Por vislumbrar em cada instante e espaço

Um sopro de alegria a me esperar

 

Vou suportando, entre prazer e dor

O doce-amargo travo deste amor

Impondo-me viver por tanto amar!

 

Oldney Lopes ©