Hera
Perpétuas roxas no meu leito deixaste.
Na solidão vazia de uma gélida noite
Na masmorra negra me abandonaste,
Deixando a saudade como carrasco açoite.
Senti o perfume destas flores malditas
Senti a humidade das paredes no rosto
Até os corvos e as almas recônditas
Dobraram o sino daquele imenso claustro.
Mas vi a fúria dos deuses do Olimpo
De libertar da dor, aquela que honravam!
Libertando-me das memórias com seu grimpo
Apagando os demônios que me matavam
Dando-me amor em outras glórias.
Tornando-me eterna porque me amavam.
Borboleta Raquel (in eterna aprendiz)