Palavra recitada

 

Vivo momentos no canto,

sem mentira, sem desespero,

sem a dor no peito que rasga

na ventania das horas certas.

 

Sinto a loucura dos poetas

que na vadiagem dos mantras

se eterniza na busca sentimental

dos menestréis, da loucura alheira.

 

Vence a escalada íngreme da existência

covarde do soldado vadio,

sofrente pela amada que ficou para trás.

 

Enfim a mesma palavra recitada

na realidade do destino final

sustenta o habitat natural do seu ser.