ASAS DA POESIA

Escrevo com minha alma,

Mas reviso com a razão.

Os versos da minha palma

Escapam de minha mão.

Dizem mais do que eu queria,

Falam mais do que pensei;

As asas da poesia

Por que é que não cortei?

Quem dera com mil argolas

Prendê-las numas gaiolas,

Pegá-las num alçapão!...

Para conter as suas asas,

Pra não voar sobre as casas,

Mas é tudo esforço vão!