Conversa com Florbela
Vida deveras cara minha querida!
Albergamos corações, inebriados de amor.
Filhas da aurora bela em fera ferida.
De um frio que congela o calor abrasador.
Sentimos fome de entrega desmedida
Procurando na loucura a sanidade
Nossa poesia sem peso nem medida
Borda versos, às vezes de crueldade!
Escravas do ideal de amor almejado,
De uma vida em busca de outra alma antiga
Um brasão nosso, em destino talhado.
Assim és-me inspiração minha amiga,
Me ferves nas veias qual musa perfeita
Ambas que o não ter sempre castiga.
Borboleta Raquel (in confidências)