AURORA
Veste-me de luz, aurora radiante.
Despe-me de dor, coração plangente.
Veja-me pleno, espelho fulgurante.
Cega-me ledo, lúmen onipresente.
De luz, se veste a sabedoria jovial.
De dor, se expia o sentir ausente.
Do espelho, não reflete o igual,
Do lúmen o atemporal viver presente.
Poente de tanto deslumbramento,
Traga a noite com seus segredos.
Embala-me nas redes do pensamento.
Noite de francos desejos e degredos.
Conduzido no tênue fio do sofrimento.
Silencioso silêncio, em meus medos!