A maior mentira

Ainda me chamas de descrente, e tremes

Quando blasfemo contra Deus e tudo!

O mundo é uma embarcação sem lemes

E contras as fúrias desse mar me escudo.

Se contra o peito a mão, aflita, premes

E ergues ao céu teus olhos de veludo,

Embora cauta a tua vida remes,

Vendo o perigo não me torno mudo!

Não te iludam prazeres deste mundo,

Tu que num sonho de ilusões deliras,

Buscando o encanto de viver no fundo!

Saibas, se o amor, na estrada em que te atiras,

Ferir-te com seu golpe mais profundo,

Que ele é a maior de todas as mentiras!

Sady Maurente obras póstumas
Enviado por Sady Maurente obras póstumas em 29/01/2022
Código do texto: T7440155
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