Em Paz...
A cidade dorme, envolta no silêncio da noite...
Ruas desertas, algumas, só escuridão. Arrepios!
Gosto de caminhar na solidão desse lusco-fusco
do adormecer da vida, em pausa para o amanhecer...
Ouço meus próprios passos, no cadenciar ritmado
nas saliências do calçamento tosco e mal cuidado
sentindo o vento dessa hora tardia como açoite,
preenchendo a alma, do torpor dos calafrios!
Por companhia, a lua, no alto, me observando...
Sem medo. Apenas atenta, para não esquecer
cães e gatos, únicos transeuntes, o lixo disputando!
E sigo, admirando o tudo, ouvindo o nada,
do existente silêncio da solidão que não busco,
mas que me transmite imensa paz, tão desejada!