FORJADOS NA DOR
FORJADOS NA DOR
Séculos de sofrimento e dor
Erigiram o sentido de nação
Entre o legado do vil ditador
E sequelas da eterna aflição
Terrível czar autor de filicídio
Rainha ninfomaníaca segura
Fraco tzar morto no presídio
Régios duma triste aventura
Protagonismo firme mundial
País de tamanho continental
Tem geopolítica determinante
A cultura diferente e distante
Suscita a ruim desconfiança
Raiz do receio da vizinhança
Marco Antônio Abreu Florentino
NOTA: Soneto que enaltece a Rússia pelos seus antecedentes históricos de sofrimento, guerras, adversidades de todas as formas e, principalmente, a capacidade resiliente de sobreviver aos mais terríveis tormentos e condições adversas.
Dentre os inúmeros conflitos em que esteve envolvida, destaco o da segunda grande guerra, a qual foi determinante para o seu fim, conforme afirmou o famoso teórico da guerra Clausewitz:
¨Alertava sobre as dificuldades de se conquistar a Rússia. A vastidão do país, as poucas estradas e a determinação do povo em lutar levavam invasores a um assombroso desgaste. E em um capítulo especial sobre os efeitos das marchas prolongadas, ele mostra como essas diminuem o potencial combativo de um exército. Assim, ao penetrarem cada vez mais no solo russo, as forças alemãs começaram a sentir os efeitos destes fatores¨.
O rigoroso inverno russo também foi fator fundamental para a resistência do avanço alemão.
OBS: Atualmente, praticamente todas as famílias russas possuem um parente ascendente que foi morto em batalha.
No início do século vinte foi palco de um dos mais importantes eventos da humanidade: a revolução bolchevique que instituiu o comunismo e o socialismo, teorizado pelos pensadores alemães Karl Marx e Friedrich Engels, que dividiu e ainda divide o mundo em duas ideologias.
A cultura russa também forneceu ao mundo artistas e cientistas de primeira grandeza como Tchaikovsky, Stravinsky, o grande Dostoiévski, Tolstói, Tchekhov, Gógol, Mendeleev e tantos outros, apesar das dificuldades decorrentes da miséria e da burocracia russas.
Posteriormente, com a formação da União Soviética, o povo russo sofreu de forma atroz com a ditadura de um dos maiores genocidas da humanidade: Josef Stalin.
A partir da metade do século vinte, protagonizou, juntamente com os Estados Unidos da América (EUA), a guerra fria, cujo auge aconteceu com a crise dos mísseis soviéticos instalados em Cuba, resolvida após tensas negociações.
Atualmente, encontra-se às voltas com a questão da Ucrânia e sua adesão aos países ocidentais e OTAN, receosos pela invasão da Rússia a esse país.
No que pese minha simpatia pelos americanos e admiração à sua história e também meu repúdio à tentativa de dominação de um país sobre outro, neste caso, em particular, sou totalmente à favor dos russos, pois da mesma forma que os EUA protestaram vigorosamente contra a instalação de mísseis russos em Cuba, a Rússia reage da mesma forma com a possibilidade de instalações militares da OTAN em seu quintal.
Em verdade, todos sabemos que os EUA são os maiores invasores de países no mundo, não pela defesa da democracia e dos direitos humanos, como procuram propagar, mas sim, pelos seus interesses políticos e principalmente econômicos.
Assim ocorreu na revolução militar do Brasil de 1964... um Brasil que se chamava ¨Estados Unidos do Brasil¨.
https://youtu.be/PFZZjHB4dlA
(Pipes of Piece- Paul McCartney)