Soneto de um Semimorto
Os colecionadores destas paisagens me enganaram
Admirei ervas daninhas como se fossem flores
Olhei a escuridão da noite e pensei várias cores
E aprendi infelizmente amor com os que nunca amaram...
Apoiei-me na espada de mentirosos defensores
Caminhei com ideais dos que nunca realizaram
E me envolvi com os conceitos dos que derramaram
As angústias - solidões - tristezas e dissabores...
Hoje penso as dores dos que sofreram pela vida
Sonharam conquistas como heróis do desconforto
E apedrejaram a própria existência indefinida...
Já não posso mais existir como um semimorto
A negritude é para quem se fez alma perdida
E a claridade é para quem tem luz no próprio corpo...
Gigio Jr (Poemas da Espiritualidade – 2005)