O rico e o pobre
Tu és rico, amigo meu, e eu sou pobre;
Meu nascimento é obscuro e ignorado,
Já tu ao mundo vieste a ser festejado
Em meio à opulência de um berço nobre.
Invejo-lhe o luxuoso manto que o cobre
Enquanto ando à própria mercê, esfarrapado,
E só em sonhos posso ver-me saciado
Com qualquer resto que de teus festins sobre.
Quando vais ao toalete para cagar,
Estou certo – com pura seda, ao final,
É que vêm teus lacaios para o limpar…
Que isto lhe inspire pena, afinal –
Meu pobre rabo sou forçado a esfolar
Com as palestras do Sr. Dr. Deval!