Saudosa Mangueira
Hoje sozinha e esquecida, lá no cercado
A vislumbrar, os bons tempos, na lembrança
Ainda soluça, abandonada, na esperança
De um sorriso, ou talvez, um muito obrigado.
E o que tanto a mantém entristecida
Se não a falta dos frutos da pujança
E a algazarra, os gritos das crianças
No vendaval, à chuva de manga caída.
Ó velha amiga, minha saudosa mangueira
Como lembro, embaixo da tua sombreira
Em meu deleite, sob a folhagem ao vento.
As minhas lágrimas, enxugava, eu bem sei
E os segredos, em soluços, que te contei
Ficarão contigo, para meu contentamento.