Soneto de paixão e desconserto

 

É próprio das paixões o desvario...

O rubor das faces e o desconserto

A ânsia, a febre, o tremor, o calafrio,

O pulsar da vida no menor excerto

 

O coração apaixonado faz concerto

Pra aquecer o corpo rígido pelo frio

Encolhe-se pra caber entre o aperto

Contraditório em si, renega ao brio...

 

É típico das paixões o contrassenso

Um indivíduo amoriscado vive tenso

Mero escravo da euforia e do fastio...

 

Ao arbítrio do engano está propenso

E arde tanto ou mais se for intenso...

Esse fogo que lhes causa o arrepio...

 

Adriribeiro/@adri.poesias

Adriribeiro
Enviado por Adriribeiro em 16/01/2022
Reeditado em 13/01/2023
Código do texto: T7430970
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