Soneto de paixão e desconserto
É próprio das paixões o desvario...
O rubor das faces e o desconserto
A ânsia, a febre, o tremor, o calafrio,
O pulsar da vida no menor excerto
O coração apaixonado faz concerto
Pra aquecer o corpo rígido pelo frio
Encolhe-se pra caber entre o aperto
Contraditório em si, renega ao brio...
É típico das paixões o contrassenso
Um indivíduo amoriscado vive tenso
Mero escravo da euforia e do fastio...
Ao arbítrio do engano está propenso
E arde tanto ou mais se for intenso...
Esse fogo que lhes causa o arrepio...
Adriribeiro/@adri.poesias